Os Orixás na Umbanda
Os Orixás na Umbanda são entidades espirituais reverenciadas nessa religião brasileira que combina elementos africanos, indígenas e europeus.
Para entender melhor sobre o tema, recomendo o livro “Orixás na Umbanda” escrito por Alexandre Cumino.
Nessa obra, você encontrará uma abordagem simples e didática sobre quem são os Orixás, sua origem e suas qualidades divinas.
Cumino enfatiza que, na Umbanda, o foco está na Divindade em si e em suas características espirituais, diferenciando-se das visões do Espiritismo e do Candomblé.
Vamos falar um pouco dos Orixás cultuados na Umbanda?
Oxalá
Pai Oxalá, o Orixá mais elevado na escala hierárquica, é um exemplo da própria divindade.
Sua presença permeia a Umbanda, e nos pontos riscados, ele é representado pela estrela de cinco pontas ou pentagrama.
Ele é a luz que equilibra todos nós e atua como o maior dos Orixás no ritual umbandista.
Sua influência magnética se estende a todas as divindades e lugares, transcendendo limitações.
Como regente do nosso planeta, Pai Oxalá comanda a linha da fé, onde os sete caminhos pertencem a ele.
Suas qualidades são mistérios da fé, e suas irradiações estimuladoras alcançam a todos.
A simplicidade é sua maior qualidade, e ele nos ensina a desenvolver bondade, pureza e humildade.
Pai amoroso, ele fortalece nosso íntimo e nos conduz ao encontro do Divino Criador.
Logunan
Mãe Logunan, com sua densa e cósmica irradiação de fé, nutre a alma de seus filhos na Umbanda Sagrada.
Ela é a guardiã da religiosidade e da conexão com o divino. Vamos explorar mais sobre essa Orixá:
A Essência de Mãe Logunan:
Ela alimenta nossas almas com a energia da fé e da religiosidade.
Quando trilhamos o caminho reto da fé, ladeados pelo amor e pela justiça divina, estamos em sintonia com sua essência.
Rigor Cósmico e Equilíbrio:
Mãe Logunan atua com rigor cósmico sobre aqueles que desvirtuam sua fé e religiosidade.
Ela esgota as energias daqueles que ocultam desequilíbrios emocionais, ambições e desejos mórbidos.
A Importância do Tempo e da Eternidade:
O tempo é a chave do mistério da fé, regido por Mãe Logunan.
Na infinitude de Deus, todas as evoluções acontecem.
A Luz na Casa de Deus:
Na casa de Deus, encontramos a luz necessária para superar obstáculos sem fraquejar diante das perturbações.
Mãe Logunan nos guia na busca pela espiritualidade e pelo equilíbrio interior.
Oxum
Oxum, a doce e poderosa Orixá das águas doces, é realmente uma figura central na Umbanda. Suas características e influência são profundas e abrangentes. Vamos explorar um pouco mais sobre essa divindade:
Amor e União:
Oxum é a personificação do amor e da união.
Sua energia está presente em todas as formas de conexão: entre pessoas, ideias e energias.
Quando cultivamos o amor e a harmonia, estamos sintonizados com a essência de Oxum.
Força Mineral e Aglutinação:
Oxum é responsável por criar elos energéticos que atraem e aglutinam tudo o que existe.
Sem sua influência, nada se formaria; tudo permaneceria solto no tempo.
Equilíbrio entre Amor e Paixão:
Quando o amor se transforma em paixão desequilibrada, Oxum se afasta, e Oxumaré entra em cena para diluir e reequilibrar.
O retorno ao amor verdadeiro e puro nos reconecta à presença de Oxum.
Em resumo, onde há amor e união, nossa amada Mãe Oxum está presente, guiando-nos em nossa jornada espiritual.
Oxumaré
Pai Oxumaré, o Orixá da renovação e da transformação, desempenha um papel fundamental na Umbanda. Vamos explorar mais sobre esse divino Orixá:
Renovação e Diluição:
Oxumaré é um Orixá temporal e cósmico.
Sua atuação é alternada, diluindo todas as agregações que perderam suas condições ideais ou estabilidade natural.
Ele renova ambientes, energias, conceitos e até os sentimentos íntimos dos seres.
O Poder da Renovação:
Oxumaré é o diluidor das energias minerais, tornando-as sutis e conduzindo-as para o alto ou para o mental.
Sua atuação é lenta e sutil, ocorrendo pelo emocional, enviando estímulos cristalinos que diluem as pesadas energias minerais.
Renovação com Consciência:
A palavra-chave que define Oxumaré é “renovação”.
Ele traz desapego, alegria e soltura, mas sempre com consciência.
Oxóssi
Oxóssi, o Orixá das matas e da caça, é uma figura essencial na Umbanda. Vamos explorar mais sobre esse divino Orixá:
Origem e Representação:
Oxóssi é uma individualização do Trono das Sete Encruzilhadas.
Ele cria os dois polos magnéticos da linha do Conhecimento.
Representamos Oxóssi com sete setas, simbolizando as sete buscas contínuas do ser.
Função e Energia:
Oxóssi irradia o conhecimento, estimulando a busca, a curiosidade e a evolução.
Ele está presente nos vegetais e representa o raciocínio arguto.
Complemento com Obá:
Obá, a Orixá telúrica, complementa Oxóssi com sua concentração e absorção. Juntos, formam a terceira linha da Umbanda, regendo o Conhecimento.
Oxóssi expande e impele os seres na busca pelo saber.
Obá
Mãe Obá, uma divindade gerada em Deus na qualidade concentradora, desempenha um papel fundamental na Umbanda. Vamos explorar mais sobre essa Orixá:
Elemento Terra e Sustentação:
Obá é o elemento terra que dá consistência e firmeza a tudo o que cria.
Ela germina em seu ventre terroso todas as sementes do conhecimento.
Concentração e Rigor:
Obá atua como concentradora do raciocínio dos seres.
Ela é interpretada como a mestra rigorosa, inflexível e irredutível em seus pontos de vista.
Correção e Esgotamento:
Quando alguém dá mau uso ao dom do raciocínio, Obá atua corretivamente.
Ela pode esgotar a capacidade de raciocínio de um ser que se emocionou e desequilibrou mentalmente.
Mãe Obá nos ensina a buscar o conhecimento com responsabilidade e discernimento.
Xangô
Pai Xangô, o Orixá da Justiça, desempenha um papel fundamental na Umbanda. Vamos explorar mais sobre esse divino Orixá:
Origem e Representação:
Xangô é o Orixá da Justiça, e seu campo de atuação preferencial é a razão.
Ele desperta nos seres o senso de equilíbrio e equidade.
Sua irradiação da justiça divina nasce em Deus e alcança tudo e todos.
Chama da Justiça e Equilíbrio:
Xangô gera e irradia a chama da justiça divina, aquecendo o racional dos seres.
Ele atua através do mental, velando pela harmonia e pelo equilíbrio na evolução.
Desenvolvimento do Senso de Justiça e Razão:
Fundamental é o desenvolvimento do senso de justiça, razão, equilíbrio e juízo.
Deixar de lado a emotividade e o instinto é essencial.
Egunitá
Egunitá é, em si, esse fogo cósmico que está em tudo o que existe, mas diluído.
Para ela atuar em nossa vida, não depende de nós, mas tão-somente que nos tornemos "irracionais", aprisionados e desequilibrados.
Então temos, na Umbanda, Egunitá, Orixá cósmica consumidora dos vícios e dos desequilíbrios; purificadora dos meios ambientes religiosos (templos), das casas (moradas) e do íntimo dos seres (sentimentos).
Nos rituais, ela é evocada para purificar os seres viciados, as magias negras, as injustiças, etc.
Egunitá é muito mais conhecida como uma das qualidades de Iansã do que como uma divindade do Fogo Cósmico, porque as lendas a definiram como uma Iansã.
Nossa mãe Egunitá é fogo puro e suas irradiações cósmicas absorvem o ar, pois seu magnetismo é negativo e atrai este elemento, com o qual se energiza e se irradia até onde houver ar para lhe dar esta sustentação energética e elemental.
Egunitá é Orixá ígnea, de magnetismo negativo, seu fogo é cósmico e consumidor, enquanto o de Xangô é universal e abrasador.
Ogum
Ah, Pai Ogum! Um Orixá fascinante e cheio de significados. Vamos explorar um pouco mais sobre ele?
Pai Ogum é realmente um dos Orixás mais próximos dos seres humanos, e sua influência abrange diversos aspectos da vida. Vamos desvendar alguns dos seus atributos:
Senhor dos Caminhos e Estradas: Como você mencionou, Ogum é o guardião das estradas e dos caminhos.
Ele nos guia, protege e nos ajuda a encontrar direções na jornada da vida. Se você já se sentiu perdido ou precisando de clareza, pode invocar a energia de Ogum.
Protetor dos Militares e Trabalhadores: Ogum é associado aos militares, soldados e ferreiros.
Sua ligação com o trabalho é forte, pois ele possui todas as ferramentas como símbolos.
A espada de ferro chamada “idá” representa sua força e determinação.
Equilíbrio entre Luz e Trevas: Pai Ogum é o guardião do ponto de força que mantém o equilíbrio entre opostos: luz e trevas, positivo e negativo.
Ele nos alerta quando saímos dessa linha de equilíbrio. Imagine-o como um farol que nos mantém no caminho certo.
Executor do Carma: Ogum vigia a execução dos carmas, tanto na luz quanto nas trevas.
Ele comanda as entidades atuantes no nosso plano como agentes cármicos.
Portanto, quando agimos, ele está lá, observando.
Aplicador Rigoroso da Lei Maior: Suas “sete lanças”, “sete espadas” e “sete escudos” simbolizam suas irradiações retas e cortantes.
Ele nos lembra constantemente da importância de seguir o caminho reto.
Iansã
Ah, Mãe Iansã! Que energia poderosa e transformadora ela traz consigo. Vamos explorar um pouco mais sobre essa orixá fascinante?
Iansã, também conhecida como Oiá ou Oyá, é uma divindade das religiões afro-brasileiras e da mitologia iorubá.
Ela está profundamente associada aos ventos, às tempestades e às águas. Vamos desvendar alguns aspectos importantes sobre ela:
Origens e Significado: Iansã tem raízes na mitologia iorubá, sendo filha de Iemanjá e Oxalá. Seus irmãos incluem Oxum, Obá e Oxóssi.
O nome “Oyá” deriva de um rio na Nigéria, onde seu culto se originou. Significa “mãe do céu rosado” ou “mãe do entardecer”.
Xangô, o senhor do fogo, a chamava assim, considerando-a radiante como o entardecer.
Senhora dos Ventos e das Tempestades: Iansã é a guardiã dos ventos e das mudanças.
Suas tempestades simbolizam purificação e renovação. Ela traz movimento, agitação e transformação.
Quando sentimos que nossa vida está estagnada, podemos invocar a energia de Iansã para nos impulsionar na direção certa.
Protetora e Guerreira: Ela é uma iabá (orixá feminino) associada à guerra.
Seus dois maridos são Ogum, o caçador, e Xangô. Com eles, aproximou-se das batalhas, mostrando sua coragem e obstinação.
Iansã também é uma protetora, defendendo seus seguidores contra influências negativas.
Caminhos e Direção: Iansã é o próprio sentido de direção da lei. Quando nos desviamos do caminho reto, ela nos redireciona.
Podemos pedir sua orientação em novos empreendimentos, conhecimentos e mudanças de vida.
Sincretismo com Santa Bárbara: Durante a diáspora africana, Iansã foi sincretizada com Santa Bárbara no catolicismo.
Santa Bárbara também é associada aos raios e tempestades. A fusão desses símbolos criou uma conexão poderosa.
Que Mãe Iansã continue a nos inspirar, trazendo movimento, justiça e renovação às nossas vidas!
Obaluaê
Com certeza, a evolução é um dos pilares fundamentais da nossa jornada aqui neste mundo.
Ela nos impulsiona a crescer, a transcender limitações e a buscar constantemente a melhoria.
E quando falamos de evolução no contexto das religiões afro-brasileiras, o Orixá Pai Obaluayê desempenha um papel crucial nesse processo.
Vamos explorar mais sobre esse Orixá da cura, da transformação e da estabilidade:
O Senhor das Passagens e das Dimensões: Pai Obaluayê é aquele que nos conduz entre os mundos.
Ele é o guardião das transições, seja entre planos espirituais ou entre a vida e a morte.
Quando enfrentamos mudanças significativas, ele está lá, abrindo caminhos e facilitando nossa jornada.
A Cura e o Bem-Estar: Obaluayê é o curador por excelência. Suas mãos têm o poder de aliviar doenças e purificar.
Ele conhece profundamente o sofrimento, pois carrega consigo as marcas das varíolas desde o nascimento. No entanto, essa experiência o tornou compassivo e dedicado à cura dos outros.
Estabilidade e Transmutação: Ele personifica a estabilidade e a transformação. Sem estabilidade, nada se sustenta; sem transmutação, tudo fica estagnado. É como se ele nos lembrasse que a vida é um movimento constante, e a evolução ocorre quando nos adaptamos e crescemos.
O Mistério das Palhas: Obaluayê se apresenta coberto de palhas, com apenas os braços e pernas à mostra. Essa imagem simboliza sua humildade e também serve para proteger os outros, pois seu brilho intenso poderia ser fatal para os humanos.
Ele é o exemplo de que a verdadeira grandeza reside na simplicidade.
A Jornada de Superação: Sua história de abandono à beira do mar, sua adoção por Iemanjá e sua superação das adversidades nos ensinam que mesmo nas situações mais difíceis, podemos encontrar força para seguir em frente.
Se você deseja se conectar com a energia de Pai Obaluayê, lembre-se de que ele está sempre presente, guiando-nos nas passagens da vida e nos lembrando da importância da cura e da evolução.
Nanâ
Ah, Nanã! A senhora dos pântanos, das águas paradas e da sabedoria ancestral. Vamos explorar mais sobre essa orixá tão significativa?
Nanã, também conhecida como Anamburucu, Borocô, Nanamburucu, Nanan Buruku e Nanã Buruquê, é uma das divindades mais antigas e sábias das religiões afro-brasileiras e da mitologia iorubá.
Ela carrega consigo uma profundidade de significado e uma conexão com os mistérios da vida e da morte.
Vamos desvendar alguns aspectos importantes sobre ela:
Origens e Sabedoria Ancestral: Nanã é considerada a mãe de muitos orixás, incluindo Omolu, Irocô, Ossaim, Oxumaré e Euá.
Sua origem remonta à pré-história, anterior à era do ferro. Ela é a guardiã das águas paradas, dos pântanos e da lama primordial.
Seu nome, “nanan”, em iorubá, significa “raiz”, simbolizando sua conexão com o interior da Terra.
O Mistério do Barro: Na criação do homem, Oxalá, o orixá da criação, enfrentou desafios para encontrar um material maleável. Foi Nanã que ofereceu a porção de barro do fundo do lago em que habitava. Esse barro, mistura de água e terra, permitiu que Oxalá moldasse o ser humano. Assim, somos feitos de um elemento que pertence a Nanã, e é por isso que estamos destinados a morrer, pois ela reivindica de volta o que um dia ofereceu para nossa existência.
Guardiã do Portal entre Mundos: Nanã é responsável pelo portal entre o mundo dos vivos e dos mortos. Ela recebe as almas dos desencarnados e as envia para a reencarnação.
Sua energia está nos domínios existentes entre a vida e a morte, e seu cajado, o ibiri, a acompanha sempre.
Decantação e Transformação: Ela atua decantando os seres de seus vícios e desequilíbrios mentais. Quando nossas evoluções estão paralisadas, Nanã nos prepara para uma nova vida, mais equilibrada.
Ela desfaz os excessos e nos afixa no seu barro, prontos para seguir adiante.
Movimentos Lentos e Magnetismo: Sua manifestação é marcada por movimentos lentos e cadenciados. Ela traz consigo uma energia magnética forte, atuando sobre os espíritos que vão reencarnar, adormecendo suas memórias para que não interfiram no destino traçado.
Nanã, a Rainha dos Pântanos, nos ensina sobre a transformação, a maturidade e a conexão com o sagrado.
Que sua sabedoria continue a nos guiar!
Iemanjá
Ah, Yemanjá, a Rainha do Mar! Que bela e poderosa divindade ela é. Vamos mergulhar mais fundo nesse oceano de conhecimento sobre essa orixá tão especial?
Origens e Significado do Nome: Yemanjá, também conhecida como Janaína, Dandalunda, Inaé, Ísis, Marabô e tantos outros nomes, é um orixá feminino das religiões Candomblé e Umbanda.
Seu nome tem raízes no idioma Iorubá: “Yèyé omo ejá”, que se traduz como “mãe cujos filhos são como peixes”.
Essa conexão com os peixes e o mar é fundamental para entender sua essência.
A Mãe dos Orixás e dos Adultos: Yemanjá é considerada a mãe de todos os adultos e também a mãe dos próprios orixás.
Ela é aquela que nos ampara, nutre e protege, assim como o mar abraça a costa. Seus filhos são como os peixes, fluindo nas águas da vida.
O Mar como Santuário: O mar é seu domínio sagrado. Imagine o vasto oceano como um santuário aberto, onde tudo é levado para ser purificado e depois devolvido.
Yemanjá é a guardiã desse processo. Ela é filha de Olokun, o soberano dos oceanos, e carrega consigo a energia das profundezas.
Água, Vida e Saúde: A água é vida. Nosso planeta é predominantemente água, e nossos corpos também. Yemanjá simboliza essa vitalidade.
As pessoas que vivem próximas à água costumam ser mais emotivas e, de certa forma, mais saudáveis. A energia salina das sete águas de Yemanjá tem propriedades curativas para o espírito e purificadoras para o corpo.
Festas e Rituais: No dia 2 de fevereiro, em Salvador (Bahia), acontece a maior festa popular dedicada a Yemanjá. Milhares de pessoas trajadas de branco fazem uma procissão até o templo de Yemanjá na praia do Rio Vermelho, deixando presentes que serão levados pelo mar.
As celebrações também ocorrem em outras datas ao longo do ano.
Que as águas de Yemanjá continuem a nos envolver, purificar e nutrir, como uma mãe amorosa que cuida de seus filhos!
Omolú
Ah, Omolu! O guardião das fronteiras entre a vida e a morte, o curador das almas e o equilibrador das energias. Vamos explorar mais sobre esse orixá tão significativo na Umbanda?
O Senhor da Paralisia Criativa: Omolu desempenha um papel crucial como o orixá que pode paralisar processos criativos ou gerativos que se desvirtuam.
Quando ideias, doutrinas, projetos ou princípios se afastam do caminho correto, ele intervém. É como se ele dissesse: “Até aqui e não mais.”
Telúrico e Protetor: Os atributos de Omolu são telúricos, ligados à essência da Terra. Suas irradiações nos alcançam, despertando em nós o desejo de preservar tudo o que foi gerado pelo Divino Criador.
Ele é um guardião, não apenas da vida, mas também dos mortos.
O Equilíbrio entre Vida e Morte: Omolu zela pelas almas, especialmente na transição entre a vida física e o pós-vida. Quando a Lei ordena, ele mantém os espíritos nos cemitérios, oferecendo-lhes um lugar adequado.
Não é punição; é um direcionamento.
Caminhos de Sabedoria: Seu cajado simboliza autoridade na cura e proteção dos doentes. Ele não é apenas um executor, mas também um guia sábio. Quando buscamos orientação, Omolu nos ajuda a encontrar o equilíbrio.
Respeito e Reverência: Muitos mitos circulam em torno de Omolu, mas é essencial entendê-lo. Ele não é malvado; é um curador.
Devemos respeitá-lo e reconhecer sua importância na teia da existência.
Se você precisar de proteção, cura ou clareza mental, invoque a energia de Omolu.
Ele está lá para conduzir cada um ao seu devido lugar, com compaixão e sabedoria.
Orixá Exú
Laroyê, Exu!
Exu, o guardião das encruzilhadas, o mensageiro entre os mundos, é uma figura fascinante e multifacetada na Umbanda e nas religiões afro-brasileiras.
Vamos explorar um pouco mais sobre esse Orixá tão importante:
Origens e Papel de Exu:
Exu tem raízes profundas na mitologia iorubá. Ele é o primeiro observador da criação, o vazio que tudo recebe.
Sua boca engoliu o mundo, e ele fala por todas as bocas e ouve por todos os ouvidos.
Na Umbanda, Exu atua como um mensageiro e guardião das leis divinas. Ele faz a comunicação entre os planos material e espiritual, garantindo harmonia e equilíbrio.
O Poder de Realização:
Exu é a própria vitalidade de tudo o que vive. Seu poder de realização se manifesta em todos os sentidos da vida. Ele nos faz questionar nossa realidade, buscando uma vida plena de realizações.
Tempo e Dualidade:
Navegando no tempo de Logunan/Iroko, Exu acerta ontem com a pedra que atira hoje.
Ele transcende o tempo linear e nos convida a olhar além das aparências.
À esquerda, ele desvenda nossas sombras, lembrando-nos de que a luz e a sombra coexistem em harmonia.
Guardião e Despertador:
Exu é nosso guardião, protegendo-nos nos caminhos da vida.
Ele nos ensina a olhar para dentro antes de apontar o dedo para os outros.
Ele representa a integração da luz e da sombra, curando nossas dores e acolhendo nossos desafios.
Laroyê, Exu Mojubá! Que sua energia nos guie e nos inspire na jornada da vida.
Orixá Pombogira
Orixá Pombagira é a senhora dos desejos e dos estímulos.
O desejo de vencer, o desejo de evoluir e ser cada dia melhor. Esta é a divindade que nos mantém estimulados a viver, mas viver bem, com alegria e harmonia.
Também é a divindade do prazer, afinal não há felicidade sem sentir o prazer em cada coisa que fazemos.
Todas as pombagiras de trabalho atuam sob a regência maior desta Orixá. Por isso são ótimas conselheiras, enxergam o nosso íntimo, o nosso interior e vão logo indicando os caminhos para nos sentirmos plenos.
Orixá Pombagira é a divindade dos interiores e Pai Rubens nos revela: "Pombagira cria em cada coisa exteriorizada por Deus um interior tripolarizado, ou seja, com polo negativo, positivo e neutro."
Os abismos negativos de pombagira fazem parte dessa polaridade negativa.
Nossas mágoas, rancores, dores profundas da alma, tristezas, fobias, depressão, etc, problemas emocionais em geral são absorvidos por esses abismos negativos e nos purificam constantemente.